Pesquisa diagnostica mudanças no posicionamento da sociedade brasileira em relação à violência contra a mulher
A pesquisa "Percepções sobre a Violência Doméstica contra a Mulher no Brasil" demonstra um amadurecimento no entendimento brasileiro sobre a violência do genero
A pesquisa promovida pelo Instituto Avon, que contou com a colaboração da empresa de pesquisa Ipsos, Instituto Patrícia Galvão e Palas Athena, entrevistou 1.800 pessoas entre 31 de janeiro e 10 de fevereiro de 2011. Seu objetivo foi captar a percepção da sociedade a respeito do tema "violência contra a mulher".
De acordo com os resultados do estudo, houve uma mudança importante na percepção da sociedade brasileira sobre a gravidade do problema da violência contra as mulheres: 6 em cada 10 entrevistados alegaram conhecer alguma mulher que sofreu violência. Desse total, 63% afirmaram ter tomado algum tipo de providência para ajudar. A pesquisa afirma que "este dado aponta para uma mobilização da sociedade, sobretudo das mulheres (72%), de apoiar as vítimas de agressão".
Ao serem perguntados sobre o que entendiam por violência doméstica contra a mulher, 80% dos entrevistados citaram violência física, como empurrões, tapas, soco e, em menor caso (3%), agressões que poderiam culminar na morte da esposa. Apesar de a violência física ter sido a face mais citada do problema, 62% relacionaram a violência psicológica (agressões verbais, xingamento, ameaças), 6% mencionaram a violência moral (injúra, calúnia, constrangimento, difamação) e 6% incluíram a violência sexual (obrigar a mulher a fazer sexo) como forma de agressão, demonstrando uma ampliação nas práticas consideradas pelos brasileiros como formas de violência.
Outro aspecto revelado é que o conhecimento a respeito da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) aumentou consideravelmente desde a última pesquisa realizada, há 2 anos. Entre os entrevistados, 94% afirmaram conhecer a referida lei. Entretanto, apenas 13% desses declararam saber muito ou bastante bem sobre a lei, ao passo que 36% apenas ouviram a respeito dela. A pesquisa chama a atenção para a necessidade de divulgação mais ampla da Lei 11.340/06, a fim de aumentar o espectro de percepção de sua aplicação.
De acordo com a pesquisa, os principais fatores que mantêm a mulher na relação violenta são a falta de condições econômicas para o próprio sustento e a criação dos filhos. A emancipação de um relacionamento abusivo torna-se mais difícil para as mulheres de baixa renda e pouca escolaridade. Dentre as 936 mulheres entrevistadas, 235 (27%) disseram já terem sido vítimas de violência doméstica, sendo que 47% alegaram terem sofrido agressão física, 44% reportam ter sofrido humilhação e 15% foram forçadas a fazer sexo.
Fonte: http://www.observatoriodegenero.gov.br/
http://www.spm.rs.gov.br/conteudo.php?cod_menu=13&cod_conteudo=837
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