Acompañamos en la distancia a nuestras hermanas brasileñas de Campinas en su lucha por la igualdad :
El día 31/12-víspera de año nuevo - hubo una masacre premeditada en la ciudad de Campinas, que tuvo como objetivo principal las mujeres de la familia de Isamara. El crimen tiene características de ser un caso más de feminicidio (crimen atroz previsto en el código penal, ley 13.104/15). Junto con otras ocho mujeres y dos hombres que intentaron contener el agresor, Isamara y su hijo de 8 años fue brutalmente asesinada dentro de una casa por el ex-esposo y padre del niño. Las investigaciones siguen definiendo el caso y deben aclarar todos los factores que cooperaron para su realización. Pero la carta dejada por el francotirador y difundida por la prensa no deja dudas sobre su contenido machista.
Las declaraciones del agresor fueron un ataque no sólo a las víctimas, sino a todas las mujeres que fueron insultadas como "perras" (incluyendo hasta la ex presidenta Dilma Rousseff) y a las defensoras de los derechos humanos. Así, trayendo a colación un sentimiento profundo de odio generalizado y venganza contra las mujeres, esa matanza feminicida se perpetúa mediante la difusión de esos ideales fascistas y misóginos impresos en la carta, siendo un instrumento peligroso de incitación de nuevos delitos.
Brasil ocupa el 4º lugar en un ranking de violencia contra la mujer qu envuelve a más de 80 países. 13 mujeres son asesinadas todos los días en Brasil. Incluso con la promulgación de la ley Maria da Penha (ley 11.340/06), que inescrupulosamente y de forma depravada en la carta del asesino la llama "Ley perra de la peña", la cultura machista y misógina continua difundiendose y haciendo nuevas víctimas. De 2009 a 2013 fueron 234 casos de feminicidio sólo en la región metropolitana de Campinas.
Así, necesitamos mirar no sólo para esa matanza de mujeres que se produjo en un barrio de clase media, sino para todas esas otras mujeres, negras y periféricas, que son violentadas diariamente y que siguen anónimas o ya han sido olvidadas en las noticias de los principales medios . Necesitamos mirar hacia el hecho de que los crímenes que conducen a la muerte, en la mayoría de los casos son precedidos por otras violaciones - ofensas, agresiones, humillaciones, restricciones de libertad - y que a pesar de notificadas al poder público no son interrumpidas.
¿Cuál es la responsabilidad del Estado y las fallas en sus políticas públicas en la interrupción de dicho ciclo de violencia contra la mujer? Consideramos simbólico el hecho que el crimen se haya dado en un momento político en el que las instituciones de la republica están puestas en cuestión y en el cual el discurso fascista ganó voz en el propio Parlamento. Los instrumentos legales creados para el enfrentamiento de la violencia de género son importantes, pero el derecho penal no cambia solo mentalidades. ¿Hasta cuando el Ayuntamiento de Campinas tratará de prohibir el debate de género en las escuelas? ¿Cuántas víctimas más serán necesarias para que el poder público asuma su responsabilidad en la educación para la igualdad de género?
De este modo, nosotras, mujeres organizadas por "Nenhuma a menos - o Machismo mata" , queremos posicionarnos contrariamente a la perpetuación de esa cultura machista y del odio contra las mujeres.
Queremos abrir el debate crítico con la sociedad sobre los mecanismos que conducen a esa perpetuación. Así, este acto marca el inicio de un período de luchas en la ciudad de Campinas:
- por la inserción del debate de género en las escuelas - a fin de garantizar una educación regida por el principio de igualdad;
- por la entrada en vigor de los mecanismos de protección a la mujer definidos en la ley Maria da Penha - como un número adecuado de comisarías de la mujer en funcionamiento, con atención especializada y funcionarias cualificadas;
- por la implantación de juzgados especializados en violencia doméstica;
- por el fin de la violencia contra las mujeres-incluida la violencia psicológica, patrimonial y moral;
- por el enfrentamiento sistemático de la cultura de la violación y el feminicidio;
- por el derecho de decisión de las mujeres sobre su cuerpo y su vida.
Ninguna a menos - Campinas
MANIFESTO NENHUMA A MENOS! Vivas nos queremos!
No dia 31/12 - véspera de ano novo - ocorreu uma chacina premeditada na cidade de Campinas, que teve como alvo principal as mulheres da família de Isamara. O crime tem características de ser mais um caso de feminicídio (crime hediondo previsto no código penal- Lei 13.104/15). Junto com mais oito mulheres e dois homens que tentaram conter o agressor, Isamara e seu filho de 8 anos foi brutalmente assassinada dentro de casa pelo ex-marido e pai da criança. As investigações seguem apurando o caso e deverão esclarecer todas os fatores que colaboraram para sua realização. Mas a carta deixada pelo atirador e divulgada pela imprensa não deixa dúvidas sobre o seu conteúdo machista.
As declarações do agressor foram um ataque não só àquelas vítimas, mas a todas as mulheres que foram insultadas como “vadias” (incluindo até mesmo a ex-presidente Dilma Rousseff) e aos defensores dos Direitos Humanos. Assim, trazendo à tona um sentimento profundo de ódio generalizado e vingança contra as mulheres, essa chacina feminicida se perpetua pela difusão desses ideais fascistas e misóginos impressos na carta, sendo um instrumento perigoso de incitação de novos crimes.
O Brasil ocupa o 4º lugar num ranking de violência contra a mulher envolvendo mais de 80 países. 13 mulheres são assassinadas todos os dias no Brasil. Mesmo com a promulgação da Lei Maria da Penha (lei. 11.340/06), inescrupulosamente debochada na carta do assassino ao chamá-la de “Lei vadia da Penha”, a cultura machista e misógina contínua se difundindo e fazendo novas vítimas. De 2009 a 2013 foram 234 casos de feminicídio só na Região Metropolitana de Campinas..
Assim, precisamos olhar não só para essa chacina de mulheres que ocorreu em um bairro de classe média, mas para todas aquelas outras mulheres, negras e periféricas, que são violentadas diariamente e que seguem anônimas, ou já foram esquecidas, nos noticiários da grande mídia. Precisamos olhar para o fato de que os crimes que levam à morte, na maioria das vezes, são precedidos por outras violações - injúrias, agressões, humilhações, restrições de liberdade - e que apesar de notificadas ao poder público não são interrompidas.
Qual a responsabilidade do Estado e as falhas nas suas políticas públicas na interrupção desse ciclo de violência contra a mulher? Consideramos simbólico o fato desse crime ter se dado num momento político em que as instituições republicanas estão postas em questão e no qual o discurso fascista ganhou voz no próprio parlamento. Os instrumentos legais criados para o enfrentamento da violência de gênero são importantíssimos, mas o direito penal não muda sozinho mentalidades. Até quando a Câmara Municipal de Campinas vai tentar proibir o debate de gênero nas escolas? Quantas vítimas mais serão necessárias para o poder público assumir sua responsabilidade na educação para a igualdade de gênero?
Deste modo, nós, mulheres organizadas pelo Nenhuma a menos - o Machismo mata, queremos nos posicionar contrariamente à perpetuação dessa cultura machista e do ódio contra as mulheres. Queremos abrir o debate crítico com a sociedade acerca dos mecanismos que levam a essa perpetuação. Assim, esse Ato marca o início de um período de lutas na cidade de Campinas:
- pela inserção do debate de gênero nas escolas - a fim de garantirmos uma educação pautada no princípio da igualdade;
- pela efetivação dos mecanismos de proteção a mulher definidos na Lei Maria da Penha - como um número adequado de Delegacias da Mulher em funcionamento, com atendimento especializado e funcionárias qualificadas;
- pela implantação da Vara da Violência doméstica;
- pelo fim da violência contra as mulheres - incluindo as violências psicológica, patrimonial e moral;
- pelo enfrentamento sistemático da cultura do estupro e do feminicídio;
- pelo direito de decisão das mulheres sobre seu corpo e sua vida.
Nenhuma a Menos - Campinas
ASSINAM ESTE MANIFESTO:
Aos Brados Campinas
APEOESP (Mulheres da APEOESP)
Associação de Mulheres Guerreiras
Assossicação da Parada Orgulho de Lésbicas Gays Travestis Transsexuais e Bissexuais de Campinas
Casa de Cultura Afro Fazenda Roseira
Casa de Cultura Tainã
CEAMO Centro de Apoio à Mulher
Centro Acadêmico de Pedagogia da Unicamp
Centro de Referência LGBT de Campinas
Coletivo de Juventude Domínio Público
Coletivo de Mulheres da CUT Campinas
Coletivo de Mulheres Negras Lélia González
Coletivo de Negras e Negros Raízes da Liberdade
Coletivo Feminista Rosa Lilás
Coletivo Juntas!
Coletivo Mulheres do PT
Coletivo Parajás
Comunidade Jongo Dito Ribeiro
Comunidade Menino Chorão
CONEPPA Coletivo Negro com Práticas Pedagógicas em Africanidades
Conselho Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de Campinas
Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Campinas
DCE Unicamp
Djumbo
Flores dos DICs
Frente de Mulheres Negras de Campinas e Região
Frente Pró Cotas da Unicamp
Grupo de mulheres Pão e Rosas
Grupo Mulheres da Periferia
JPT Campinas
MAIC Movimento dos Advogados Independentes de Campinas
MAIS Movimento Por Uma Alternativa Socialista
Mandato da Vereadora do PSOL Mariana Conti
Mandato da Vereadora Sâmia Bonfim (PSOL/SP)
Marcha Mundial das Mulheres
Minas da Luta
Movimento Raizes de Dandá
Mulheres do PSOL - SP
Núcleo de Consciência Negra da Unicamp
Promotoras Legais Populares
Rede Feminista de Juristas
Sindicato da Construcao Civil de Campinas e Regiao
Sindicato das Trabalhadoras Domésticas de Campinas
SindiPetro Campinas
UBM União Brasileira de Mulheres
https://www.facebook.com/nenhumaamenoscps/
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